Este é um post da série sobre a Cidade do México. Se você não leu o primeiro, clique aqui!
Cheguei no aeroporto de manhã cedo. Depois de fazer os trâmites da imigração e pegar as malas, aproveitei para trocar uns pesos. Estranhamente o melhor local que achei para trocar pesos foi no próprio aeroporto, logo na saída da sala de desembarque (quanto mais distante da saída, mais caro ficava), então fica a dica para quem for: bem na saída existem umas cinco ou seis casas de câmbio, quase todas com bom preço quando fui. É só pesquisar em cada uma delas.
Para sair do aeroporto eu podia ter ido de metrô – o terminal 1, de onde chegam os voos TAM, têm ligação direta com a Linha 5 -, mas como estava cansado e com mala e ainda sabia da superlotação do metrô nos horários de pico, decidi pegar um táxi para o hotel (preferi não arriscar no Uber ainda, mas depois usei sem problemas). Existem várias companhias de táxi no aeroporto, é só escolher alguma delas (existem diferenças de preço, então é bom pesquisar), pagar com dinheiro ou cartão de crédito e entregar o recibo para o motorista – garantia contra golpes hehe.
Fiquei em um hotel ótimo, na Zona Rosa, pertinho do Ángel de la Independencia, chamado Room Mate Valentina. Quarto grande e bem decorado e com uma localização muito boa: a 5 minutos do metrô e dá pra ir a pé ao Bosque de Chapultepec. Ainda que não seja uma pechincha vale a pena ficar lá.
Deixei as malas lá e já saí pra bater perna, não tinha tempo a perder! Como primeira visita eu decidi fazer o que já tinha lido em vários blogs e que foi uma excelente escolha: visitar o Museu de Antropologia antes de fazer qualquer visita histórica faz com que você entenda muito melhor a vida e os costumes dos povos pré-colombianos do México. O museu fica dentro do Bosque de Chapultepec, então é recomendável combinar os dois passeios.
De onde eu estava, era só seguir o Paseo de la Reforma, avenida que liga o bosque ao centro da cidade. Quem estiver mais distante pode ir até a estação Chapultepec da Linha 1 ou, para ir direto ao museu, a estação Auditorio da Linha 7.
O Museu já me ganhou na entrada, tanto a parte de fora, onde parece apenas um pequeno prédio com um painel com a bandeira do México na fachada quanto no interior e a escultura conhecida como Paraguas no meio do pátio principal. E não se engane com a entrada, o museu é gigantesco. Conta toda a história dos povos nativos da região, com uma riqueza de detalhes absurda.
Dá pra ficar horas (talvez dias!) lá dentro, absorvendo todas as informações em cada sala e área aberta. Para quem não tem tempo ou paciência, pode ir direto na parte de Teotihuacán, para entender melhora civilização que viveu na região das imperdíveis Pirâmides (e que vai ter um post exclusivo) e Mexica (o que nós chamamos de Astecas). Isso porque nessa última sala fica, além de informações sobre a cidade de Tenochtitlán, a precursora da Cidade do México, o que talvez seja a atração mais famosa do lugar, a Pedra do Sol, o famoso calendário asteca (mas cuja finalidade ainda é discutida até hoje). Usada para cerimônias religiosas, essa enorme pedra de 24 toneladas foi encontrada nas ruínas da antiga cidade. A visita custa 70 pesos e pode ser feita de terça a domingo de 9h às 19h.
Feita a visita cultural, resolvi almoçar no restaurante Tamayo, que fica no museu de mesmo nome, que tem exposições sobre arte contemporânea. Comida mexicana gostosa, mas nada de mais e, como todo restaurante de museu, é meio caro, mas para um primeiro contato com a culinária mexicana real, valeu a pena. Na volta dei de cara com uma apresentação dos Voladores de Papantla, um ritual de origem pré-colombiana muito bacana em que homens ficam dançando em volta de um poste pendurados por cordas. Aproveitei então para dar uma volta no Bosque de Chapultepec, um dos maiores parques urbanos do mundo. O parque, que é muito bonito e tem áreas bem calmas (calmas para a Cidade do México, já que estarão relativamente cheias de qualquer jeito), abriga diversos museus (além do de Antropologia, existe o de Arte Moderna, o Tamayo, o de História, o de Tecnologia, o de Crianças…), um zoológico, uma feira e sua atração principal, o Castelo de Chapultepec.
Chapultepec significa colina do gafanhoto, que é o símbolo do parque. Em vários locais vemos estátuas e desenhos do bicho, que em espanhol é… Chapulín! Pois é, o grande e colorado herói mexicano é um pequeno gafanhoto hehe.
Depois de percorrer por um tempo as trilhas e caminhos do parque, é hora de ir para o Castelo. Ele fica bem no topo de uma colina, ou seja, prepare suas pernas, já que a subida é meio pesada. No meio do caminho tem o Museu do Caracol, que conta a história do país desde a independência. Infelizmente não consegui visitar, já estava tarde quando cheguei e preferi não arriscar não conseguir entrar no castelo. O caminho, apesar de cansativo, é interessante, com grandes vistas para a cidade e alguns detalhes legais como uma pequena estátua de uma águia comendo uma cobra sobre um nopal (tipo de cacto), que ilustra a lenda de como o deus Huitzilopochtli mostrou a localização da cidade para os astecas.
A visita é bem interessante, mostrando a história do México desde o descobrimento e a vida dos governantes do século XIX em seus grandes salões, seus grandes jardins e as lindas vistas da cidade. A entrada custa 51 pesos (65 com audioguia) e funciona das 9h às 17h.
Para mais sobre o México:
Parte 1: Informações gerais
Parte 2: Museu de Antropologia e Bosque de Chapultepec
Parte 3: Zócalo e região
Parte 4: Pirâmides de Teotihuacán
Parte 5: Frida, Soumaya e lucha libre